Doenças inflamatórias intestinais na população idosa

Por Dr. Juliano C. Ludvig
Médico, Especialista em Gastroenterologia

As doenças inflamatórias intestinais, que incluem principalmente a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU), representam um grupo de condições crônicas que causam inflamação no trato gastrointestinal. Tradicionalmente consideradas como doenças de indivíduos mais jovens, as DII estão sendo cada vez mais diagnosticadas em pacientes idosos, uma tendência que reflete tanto o envelhecimento da população mundial quanto avanços no diagnóstico médico.

Na população idosa, o manejo das DII apresenta desafios únicos. A apresentação clínica pode ser atípica e menos intensa em termos de sintomas gastrointestinais clássicos, mas frequentemente acompanhada de manifestações sistêmicas que complicam o diagnóstico e o tratamento. Além disso, a coexistência de outras doenças crônicas e a maior susceptibilidade a efeitos colaterais de tratamentos intensivos exigem uma abordagem cuidadosa e adaptada.

Este panorama demanda uma atenção especial dos profissionais de saúde para a identificação adequada e o manejo eficaz das DII nesta população, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e minimizar os riscos associados a essas condições inflamatórias crônicas. Neste contexto, é fundamental que se entenda não apenas a epidemiologia e os sintomas das DII, mas também os aspectos específicos do tratamento e os desafios enfrentados pela população idosa afetada por essas doenças.

Outro grupo são os que “iniciam”a doença na faixa etária idosa.Estima-se que aproximadamente 10-15% dos casos de DII são diagnosticados após os 60 anos. A incidência nessas condições tem aumentado devido ao envelhecimento da população e ao aprimoramento nas técnicas de diagnóstico.

A questão da transição de pacientes jovens com doenças inflamatórias intestinais (DII) para a terceira idade é uma área importante e crescente dentro da gastroenterologia. À medida que a expectativa de vida aumenta e os tratamentos para DII melhoram, um número maior de pessoas diagnosticadas na juventude chega à idade avançada com a doença. Esse grupo apresenta desafios e necessidades únicas.

Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.