Dúvidas Frequentes
Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia
Testes de anticorpos negativos excluem o diagnóstico de doença celíaca?
Não! A determinação de anticorpos tipo IgA (antiendomísio – EMA ou antitransglutaminase tecidual anti-tTG) podem ser falsamente negativos em pessoas com deficiência de IgA (10 a 20% na população geral) e freqüente em celíacos. Na dúvida, fazer testes com IgG. Em certos casos lesões intestinais leves, os níveis de anticorpo podem não se elevar e a biopsia intestinal é fundamental para o diagnóstico.
É seguro diagnosticar doença celíaca sem biopsia?
Em casos excepcionais, com sintomatologia sugestiva de doença celíaca, com marcadores HLA DQ2 e/ou DQ8 positivos e com níveis de anticorpo anti-tTG 10 vezes maiores que o normal ou EMA positivo, pode-se dispensar a biopsia. Entretanto, recomenda-se a biopsia para ter Ideia da celularidade da mucosa para posterior controle após a instituição da dieta isenta de glúten, no monitoramento do tratamento e exclusão de doença refratária.
Pode-se iniciar prova terapêutica com dieta sem glúten?
Não! A dieta sem glúten pode ocasionar remissão dos sintomas, o que ocorre também em outras entidades, como síndrome do intestino irritável ou sensibilidade ao glúten não celíaca ou intolerâncias alimentares à outros componentes das farinhas. Pode confundir o diagnóstico, lembrando que este se baseia não só na clínica, mas na detecção de anticorpos e nos achados das biopsias duodenais.
Quanto tempo leva para se ter anticorpos negativos e biopsia normal após dieta sem glúten?
Ao diagnóstico, tanto o título de anticorpos como a gravidade da lesão intestinal são variáveis. Assim, a recuperação também varia de indivíduo a indivíduo. Geralmente após 3 meses de dieta adequada os níveis de anticorpos baixam ou até normalizam; se persistirem, há contaminação. Já a mucosa leva mais tempo para demonstrar recuperação, daí se recomendar nova biopsia após 2 anos. Existem pacientes com alterações histológicas após muitos anos de tratamento, sem sinais de qualquer complicação.
Deve-se fazer diagnóstico Pré-Natal
Não! A doença celíaca só se manifesta após a exposição ao glúten da alimentação. O que se pode fazer é a identificação do risco genético através da determinação de HLA DQ2 e DQ8 dos pais, mas lembrando que cerca de 30-40% da população podem ter esses marcadores e nunca desenvolverem a doença.
O que fazer ao bebê perante a risco genético?
Se o bebê tem familiar com doença celíaca, deve receber aleitamento materno por tempo o mais prolongado possível. Alimentação diversificada pode ser introduzida entre os 4 a 6 meses de idade, incluindo glúten. Se apresentar sinais ou sintomas, ou alterações de crescimento, pode-se pensar em doença celíaca, alertando o pediatra. Se a evolução for satisfatória, pode-se preconizar testes sorológicos aos 5-6 anos. Se positivos, endoscopia e biopsia. Em caso de dúvida, a determinação de HLA DQ2 e DQ8 será de ajuda: se negativos, excluem doença celíaca.
Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia e Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the merican Pancreatic Association (APA).
Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.
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