Emoções
Por Joseinaide Maria Kuiava Chiarelli
Psicóloga
O aspecto psicológico está diretamente associado ao nosso bem-estar e ao nosso mal-estar. Alguns pacientes podem apresentar sintomas depressivos, de ansiedade e estresse como gatilho para o aparecimento da doença, ou a doença em si pode gerar os mesmos sintomas. Essas situações podem influenciar no curso e na evolução de determinadas doenças, principalmente nas doenças funcionais.
A mente e o corpo interagem de formas poderosas. O sistema digestivo é altamente controlado pela mente (cérebro). O estresse social e psicológico pode ativar ou agravar uma grande variedade de doenças e distúrbios. No entanto, a importância relativa dos fatores psicológicos varia bastante entre diferentes indivíduos com o mesmo problema.
A condição emocional, embora não possa ser considerada diretamente causadora, pode afetar as defesas do sujeito, agravando as patologias. E com o trabalho psicoterapêutico as situações emocionais até então não percebidas, revelam-se presentes nas histórias de vida e são manifestadas sintomaticamente por meio de somatizações.
A maioria das pessoas, baseando-se na sua intuição ou na sua experiência pessoal, acredita que o estresse emocional pode precipitar ou alterar o desenvolvimento de doenças físicas ainda mais graves. Não é claro como esses fatores de estresse atuam. Entretanto, as emoções podem afetar funções corporais, como a frequência cardíaca, a pressão arterial, a transpiração, os padrões de sono, a secreção de ácidos gástricos e a frequência das evacuações intestinais.
O estresse pode provocar sintomas físicos, mesmo não existindo uma doença física, porque o corpo responde fisiologicamente ao estresse emocional. Por outro lado, o estresse pode causar ansiedade que, por sua vez, ativa o sistema nervoso autônomo e hormônios, como adrenalina, que aumentam a frequência cardíaca, a pressão arterial e a transpiração. A maioria das pessoas com dispepsia funcional notam que, durante momentos de estresse, os sintomas da doença costumam se agravar.
O trabalho psicoterápico tem como proposta ouvir a subjetividade das queixas e restabelecer um equilíbrio psíquico. Ao atribuir um significado simbólico à doença, o paciente sente-se mais compreendido em seus conflitos, afetos e dificuldades pessoais, podendo apresentar mudanças favoráveis tanto em seu estado de humor, quanto em sua capacidade de superação e enfrentamento na convivência com qualquer enfermidade, inclusive a Dispepsia Funcional.
É sempre fundamental dedicar atenção às características individuais de cada paciente. Só dessa forma é possível dar a ele um suporte psicológico e emocional. Quando tratamos de seres humanos, não existem fórmulas nem manuais de instrução. Cada pessoa lida de forma diferente com seus conflitos. Sentindo-se acolhido e compreendido como um ser único, faz com que o paciente consiga lidar de forma equilibrada com seus conflitos e vivências, desta maneira, melhorando sua forma de lidar com a doença e todas as suas consequências.
“PRECISAMOS VIVER COM A DOENÇA CRÔNICA E NÃO VIVERMOS PARA ELA.”
Joseinaide Maria Kuiava Chiarelli é psicóloga clínica e hospitalar com abordagem comportamental com o objetivo de auxiliar na busca da qualidade de vida, nos aspectos psicológicos, sociais e adesão ao tratamento, mediante quadro clínico.
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