Aspectos Clínicos
Por Dr. Juliano C. Ludvig e Dra. Luiza D. Perini
Médicos, Especialistas em Gastroenterologia
Um estudo de pesquisa em pacientes com constipação crônica determinou que os sintomas mais frequentes relacionados a constipação foram esforço evacuatório (79%), fezes endurecidas (71%), desconforto abdominal (62%), distensão abdominal (57%), evacuações infrequentes (57%) e sensação de evacuação incompleta (54%).
A maioria dos casos de constipação crônica é primária ou idiopática e pode ser dividida em 3 categorias principais:
- Constipação com trânsito normal: Caracterizada pela Constipação Funcional ou SII-C (Síndrome do intestino irritável com constipação).
- Constipação com trânsito lento: O tempo que leva para o material intestinal percorrer o cólon é maior em comparação ao normal.
- Disfunção do assoalho pélvico: É detectada uma alteração do esvaziamento retal causada por propulsão retal insuficiente ou por um comportamento anormal do relaxamento dos músculos responsáveis pela abertura do canal anal (déficit de relaxamento, contração paradoxal ou dissinergia da defecação). Ambas as disfunções podem estar associadas e são frequentemente acompanhadas por uma diminuição da sensibilidade retal (hiposensibilidade), defeitos estruturais do assoalho pélvico ou distúrbios da motilidade colônica com tempo de trânsito colônico retardado.
Semelhante a SII, os sintomas da constipação funcional surgem devido a uma variedade de processos fisiopatológicos, dentre eles, alterações da motilidade colônica e dificuldade expulsiva. A diferença fisiopatológica fundamental entre a SII-C e a Constipação funiconal está relacionada à sensibilidade visceral diferente em ambos os casos: hipersensibilidade colônica mais frequente na SII e hipossensibilidade retal mais frequente na constipação funcional.
Outros fatores relacionados à fisiopatologia da constipação funcional, incluem, características genéticas, fatores de estilo de vida na infância (baixa ingestão de fibras, baixa ingestão de líquidos e ignorar a chamada para fezes ou segurar), falta de exercício físico regular, alterações psicológicas e estresse. Alguns estudos demonstram disfunção autonômica, alterações morfológicas no plexo mioentérico e submucoso e níveis reduzidos de neurotransmissores em alguns pacientes com constipação crônica. A diminuição do volume de células intersticiais de Cajal no plexo mioentérico, um tipo específico de células, foi demonstrada em amostras de cólon ressecadas de alguns desses pacientes que tiveram ressecções de cólon. Acredita-se que essas células desempenham um papel importante no controle da motilidade colônica.
Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the merican Pancreatic Association (APA).
Dr. Juliano C. Ludvig é Médico, Especialista em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e Especialista em Gastroenterologia Clínica pela Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG. É Coordenador Regional da ABCD - Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. É Membro Titular do GEDIIB - Grupo de Estudos das Doenças Inflamatórias Intestinais no Brasil. É Chefe do Setor de Gastroenterologia do Hospital Santa Isabel e Presidente do Centro de Estudos do mesmo hospital. Tem Residência Médica em Clínica Médica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Também é International Member of the American College of Gastroenterology e International Member Of the ECCO - European Crohn’s and Colitis Organization.
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